cidadania

Projeto social oferece aulas de jiu-jitsu para crianças

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Mariana, França (ao centro) e D'Ávila se dedicam a estimular a prática esportiva na escola

Há três anos, o empresário e professor de jiu-jitsu Marcone França, 46 anos, reserva dois dias por semana para voltar à comunidade onde nasceu, na Avenida Walter Jobim, no Bairro Patronato, para retribuir o cuidado que recebeu daquela região durante a infância e a adolescência. É na Escola Municipal de Ensino Fundamental Edy Maya Bertoia que ele encontra crianças e adolescentes com idades entre 6 e 13 anos para desenvolver o projeto social Semeando o Bem, iniciativa que alia esporte, espírito de grupo e amizade. 

A ideia surgiu depois que o bancário André D'Ávila, 25 anos, que já era voluntário na escola por meio de outra associação beneficente, começou a treinar jiu-jitsu. A vontade de compartilhar os benefícios do esporte fizeram com que ele e França apresentassem a iniciativa à direção da escola. Desde então, deram continuidade ao trabalho que, segundo D'Ávila, só trouxe bons resultados. Professor de jiu-jitsu, França acredita que os princípios do esporte contribuem para a formação humana em diversos aspectos e, muitas vezes, pode tirar jovens da drogadição. 

- Além dos treinos na escola, estendemos o trabalho para a academia por meio de desafios que visam ao crescimento deles. Alunos que apresentem bom desempenho escolar ganham bolsa para treinar com profissionais. Desta forma, eles se sentem valorizados e se esforçam cada vez mais - comenta. 

França lembra que o trabalho conta com a ajuda de empresários da região que doaram os quimonos, além de contribuírem com os recursos necessários para o andamento do projeto. 

- A Escola Edy Bertoia atende crianças em situação de vulnerabilidade social com vários problemas, entre eles, ausência de estrutura familiar, necessidades econômicas e constante exposição a ambientes de violência. Sem a ajuda da comunidade e de voluntários, a instituição não subsistiria - afirma o empresário. 

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)/O projeto Semeando o Bem aceita ajuda em dinheiro para compra de uniformes e custos com campeonatos

NA HORA CERTA 
A diretora da escola, Eliane Ponte Galina, só tem a agradecer pela iniciativa de França e da equipe. Com mais de 300 alunos matriculados na instituição, ela comenta que o projeto trouxe disciplina e incentivo para estudar, principalmente, para os que precisam de atenção especial e limites no comportamento. 

- Eles amam o dia dos treinos. Respeitam muito os instrutores e se esforçam para serem reconhecidos no esporte. Às terças e quintas-feiras, é perceptível a expectativa de cada um, inclusive, dos pais. Além disso, o Marcone busca recursos na comunidade para a realização de campeonatos. Já ganhamos algumas medalhas - comemora a diretora. 

Eliane destaca, ainda, que o retorno e o aproveitamento da iniciativa são recebidos no dia a dia da escola e se estendem ao convívio em família. Marcone garante que o carinho que recebe dos jovens faz dele o maior beneficiado pelo projeto. Para ele, cada abraço e a certeza do crescimento pessoal dos alunos comprovam a eficácia do trabalho. 

- A única exigência que faço à escola é um café reforçado aos jovens, principalmente, pós-treino - afirma. 

PARCERIA
A instrutora de jiu-jitsu Mariana Freitas, 28 anos, aderiu ao projeto desde o início. Ela explica que os alunos são encaminhados pela professora Eliane e são selecionados de acordo com frequência escolar, boas notas e comportamento. Em algumas situações, crianças em vulnerabilidade social da comunidade são encaminhadas de casa para que, por meio da iniciativa, recebam os valores que caracterizam as artes marciais, entre eles, respeito, hierarquia, disciplina e amizade. 

- À medida em que eles se dedicam, são levados a campeonatos organizados por meio doações e ações entre amigos. É um trabalho de apenas uma hora, mas que vale para a vida inteira. Percebemos o incrível avanço no comportamento deles - diz a jovem. 

Para D'Ávila, também instrutor de jiu-jitsu, o Semeando o Bem vai além da modalidade esportiva. Segundo ele, a parceria entre escola e voluntários ajuda a suprir necessidades de inclusão social e afetividade e, mais do que isso, estende-se à família, que se torna participativa e mais próxima. 

O projeto Semeando o Bem aceita ajuda em dinheiro para compra de uniformes e custos com campeonatos

Contato - Direto na academia Guetho Jiu-Jitsu, na Avenida Presidente Vargas, 1.092, no Bairro Patronato, ou pela página no Facebook

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Pagamento do abono do PIS para nascidos em março e abril começa na quinta

Próximo

Moradores das regiões leste e oeste de Santa Maria estão sem água nesta quarta

Geral